Saudade...

Estive pensando muito sobre um sentimento que sempre está presente em nossas vidas e que por vezes não percebemos... Quem nunca sentiu saudades???
Saudade da infância, de um amigo ou familiar que já se foi, de uma grande paixão, de um carinho feito por alguém especial, de uma palavra doce, de um colo de mãe, de um silêncio que diz tudo...
Nos dias de hoje vivemos correndo contra o tempo, convivendo com a sensação de que há muito o que fazer e tão pouco tempo para realizar tudo... Por vezes esquecemos de pensar nas coisas que nos dão prazer e quando nos damos conta... Estamos sentindo saudades do que ainda não vivemos ou de algo que deixamos de fazer... Será que então confundimos a saudade com a sensação de arrependimento, dúvida, insegurança, pressa?
Afinal, o que saudade?
Pensando sobre isso, me lembrei desse poema de Pablo Neruda...

Saudade

Saudade é solidão acompanhada,
é quando o amor ainda não foi embora,
mas o amado já...

Saudade é amar um passado que ainda não passou,
é recusar um presente que nos machuca,
é não ver o futuro que nos convida...

Saudade é sentir que existe o que não existe mais...

Saudade é o inferno dos que perderam,
é a dor dos que ficaram para trás,
é o gosto de morte na boca dos que continuam...

Só uma pessoa no mundo deseja sentir saudade:
aquela que nunca amou.

E esse é o maior dos sofrimentos:
não ter por quem sentir saudades,
passar pela vida e não viver.

O maior dos sofrimentos é nunca ter sofrido.

(Pablo Neruda)

E tornei a me questionar sobre o quanto é complexo sentir ou tentar explicar a saudade, porém, assim como Pablo Neruba, acredito que só sabemos o que é saudade, quando experimentamos o sentimento do amor... Talvez saudade seja o amor que continua em nós quando não podemos reviver exatamente aquele momento ou ter aquela pessoa novamente ao nosso lado...